Graças ao
Governo federal, o clube dos ricos da zona sul carioca há várias décadas abarrota o
cofre com o patrocínio de companhias estatais: Petrobras (LUBRAX) e Caixa Econômica
Federal. Hoje, a dinheirama pública vem do Banco de Brasília.
Antes de
avançar sobre o Maracanã, usurpando-o de parte da população, o Flamengo fez o
dever de casa: loteou a SUDERJ. A ação teve início em 1992, quando Marcio Braga
tornou-se presidente da autarquia. Depois, outros cartolas do rival passaram
a ocupar o cargo, como Walter Oaquim, Edmundo Santos Silva, Patrícia Amorim e Michel Assef.
Assim como
hoje – maltrato aos vascaínos no Maracanã pela dupla Fla-Flu -, os flamenguistas
da SUDERJ criaram problemas: Eurico Miranda chegou a registrar queixa na 18ª DP,
sobre o desconto de uma taxa. A torcida sofria: em 1993, contra o Botafogo (43.639 pagantes), o acesso teve de ser
liberado para evitar confusão e mais de dez mil entraram de graça. Muitos foram embora, pois não havia ingressos e nem bilheteiros. Contra o Fluminense, o
quadro móvel foi reduzido, a geral fechou e centenas de vascaínos não puderam entrar.
O fundo do poço o Maracanã conheceu na gestão de Marcio
Braga. Na final do Brasileirão de 1992, três torcedores morreram ao cair da
arquibancada nas cadeiras. Motivo: as grades de alumínio para contenção tinham
os parafusos corroídos pela oxidação e faltavam porcas.
Dispostos a
afastar o Vasco, em 2010 os prepostos do Flamengo na SUDERJ aprovam uma portaria que reduz o valor do aluguel para os clubes que mais utilizam o Maracanã – argumento sem lógica, porque os gastos são absolutamente iguais.
O pulo garantiu a Flamengo e Fluminense - sem estádios adequados, tinham de jogar mais vezes no Maracanã - vantagens financeiras.
Forçando, de maneira absurda, o Vasco a "carregar o ônus" de ter São Januário.
JUDICIÁRIO
Em 2022,
relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostrou intensa movimentação de
desembargadores em favor do Flamengo em questões judiciais e comerciais.
Penhoras evitadas – enquanto rivais eram penalizados – e pareceres obscuros utilizados
em fechamentos de negócios. Vários – inclusive o contrato de gestão do Maracanã – foram encontrados, segundo o insuspeito O Globo,
no computador do desembargador Campos Vianna: este, atuaria em casos do clube e
de seus rivais.
Existe
convívio social entre juízes de futebol, desembargadores, promotores, delegados
e dirigentes de certos clubes.
POLÍCIA
Um relato:
Antes
da eliminação no Campeonato Carioca de 2023, em março, na derrota para o
Flamengo, a torcida do Vasco, do lado externo do Maracanã, é atacada por terroristas da
Polícia Militar comandada pelo governador flamenguista Claudio Castro. Um carro
com PMs na caçamba, bem armados, de pé e usando tocas ninja para se manterem anônimos, passa devagar na Rua Eurico
Rabello forçando a passagem.
Grande concentração de vascaínos. Clima de festa. Os policiais são vaiados e, por lazer, algumas
pessoas resolvem jogar pequenos objetos na viatura.
A reação é tipo sionistas x palestinos:
bombas de gás pimenta na multidão, enquanto um covardão fardado abria fogo com
balas de borracha. Vários feridos. Todos eram inocentes. O Mad Max sionista da PM foi filmado, mas
continua na estrada.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Em 2019, o Consórcio Maracanã – operado pela Odebrecht
– foi intimado a se desfazer da gestão do estádio, que, assim, foi repassada ao grupo formado
por Lagardère e BWA, e que não estava acordado com o Flamengo. Após muita pressão sobre o
governador e ladrão Luiz Pezão (MDB), o golpe aconteceu com a venda cancelada no tapetão do
Tribunal de Justiça e a gestão retomada pelo Estado – para, docilmente, repassá-lo aos
coirmãos Fla-Flu em nove concessões provisórias
sucessivas antes da licitação que agora acontece.
Em 2023, a
torcida do Vasco atirou rojões no gramado – sem invasão – e São Januário foi
interditado pela Justiça: três meses. Motivo: o preconceito social do juiz de
plantão do Juizado dos Torcedores, Marcelo Rubioli, reverberado em outras
instâncias. Diz Rubioli que o estádio tem problemas com “disparos de armas de
fogo e trafico de drogas na favela próxima, além de torcedores se
embriagando em ruas estreitas”.
O ponto de vista bizarro foi acatado pelo
desembargador Fernando Foch. O clube recorreu e obteve nova derrota para os
aporofóbicos, que mantiveram os vascaínos longe graças a Carlos Santos de
Oliveira e à flamenguista Renata Cotta. O jeito foi recorrer ao STF, em
Brasília. Quando estava prestes a fazê-lo, o Ministério Público-RJ ofereceu um
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Ao mesmo
tempo em que o Flamengo e o governador Claudio Castro impediam o Vasco de atuar
no Maracanã – só apelando à Justiça – a desembargadora Renata Cotta vetava São
Januário até para mulheres, crianças e deficientes físicos. Segundo ela por... bom senso.
OPERAÇÃO SÉTÍMO MANDAMENTO
Na última quinzena de 2023, os sigilos bancário,
fiscal e telefônico do governador e flamenguista
Claudio Castro foram quebrados, na Operação Sétimo Mandamento: APURA
DESVIOS E FRAUDE EM LICITAÇÕES EM
CONTRATOS SOCIAIS ENTRE 2017 E 2020, CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA, LAVAGEM DE
DINHEIRO E PECULATO. O irmão dele teve a casa visitada: busca e apreensão.
Delatores: Marcus Azevedo da
Silva diz que Castro recebeu propina em contratos da prefeitura, como vereador,
em 2017. Já Bruno Campos Selem, ex-Servlog, tinha contrato com a
Fundação Leão XIII, e disse ao MP que, num encontro, em 2019, Castro, então
vice-governador, teria recebido R$ 100 mil em espécie de Flavio Chadud, o dono
da Servlog, em um shopping na zona oeste – o encontro estaria registrado por câmeras
de segurança.
TCE-RJ
Na véspera da
licitação do Maracanã, em outubro de 2022, o Vasco
surpreende ao entrar na disputa, através do “Consórcio Maracanã para Todos” - de longe, a
melhor proposta. Eis que o conselheiro do TCE-RJ e flamenguista Marcio Pacheco
surpreende mais ainda e trava a licitação. Subitamente, itens do edital se
tornaram inadmissíveis. A conselheira do TCE e flamenguista Mariana Willeman pediu vista e solicitou
a manutenção da tutela provisória para Fla-Flu, rejeitando o pedido do Vasco. Mariana
é esposa do ex-vice Jurídico do Flamengo na gestão Bandeira de Mello, Flavio
Willeman (hoje, subprocurador do Estado). Num certo
dia ela resolveu acolher a proposta do governador e flamenguista Claudio Castro
e o processo licitatório teve prosseguimento.
CBF
Por coincidência,
o Flamengo é o mais favorecido pelos árbitros e a empresa que os patrocina
(desde 2012) – e os bandeirinhas – em jogos da CBF é a SKY – cujo
dono\presidente era Luiz Eduardo Baptista, o presidente do Conselho de
Administração e ex-vice-presidente de Marketing... do Flamengo! Juízes ganhavam
da SKY pela CBF. O contrato entre a SKY e a CBF foi intermediado pela Klefer,
do flamenguista Kleber Leite. A mesma operadora de TV, a SKY, patrocinou o
rival do Leblon, em 2011\2012 e entre 2013 e 2015.
A CBF foi presidida
entre 1989 e 2012 pelo flamenguista Ricardo Teixeira, cujo padrinho (e sogro)
era o tricolor João Havelange, ex-presidente da CBD (1958 a 1975) e da FIFA.
Ambos são vilões em casos de corrupção.
Acabar com a negociação coletiva lidando pessoalmente com a TV Globo – flamenguista até a medula – foi
das maiores conquistas da história do rival. Para chegar lá foi necessário
implodir o Clube dos Treze em 2011 e o seu fundador, Eurico Miranda. O Vasco, que
recebia a maior cota – juntamente a Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São
Paulo – caiu para quinto. Hoje, nem isso.
MARKETING
Os “grandes” sempre
ganharam cotas iguais no Campeonato Carioca. Até a FERJ acertar com a BRAX – e
tudo muda. Em 2024, pelo segundo ano, ela ofereceu ao Flamengo uma proposta
mais vantajosa pela transmissão de seus jogos. Todos concordaram, mas o Vasco –
com toda a razão – sempre recusa a indecência. Neste ano, fechou com o SBT, com o SporTV e com a Cazé TV, no youtube.
Sobre a BRAX – agente ativa pró-Flamengo -, tem como
fundador e presidente Bruno Rodrigues (tenta normalizar o anormal), que é filho
do radialista e flamenguista histórico Washington Rodrigues, da Rádio
Tupi.