29 de março de 2024


PAYET FAZ TABELINHA COM LULA E MACRON 

XOs líderes concordaram que o camisa 10 vascaíno é um tremendo craque de bola. 

(imagens de Daniele Lima\ GloboNews)

28 de março de 2024

MARACANÃ: FALTA ÁGUA E SOBRA MENTIRA

Com vários dias de atraso, Flamengo e Fluminense – os gestores provisórios do Maracanã – responderam com mentiras a notificação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) sobre o tratamento dispensado ao público no jogo Nova Iguaçu 1x0 Vasco, dia 17\3. Pretendia saber se a entrada de garrafas plásticas de água tinha sido liberada e se havia distribuição grátis do produto dentro do estádio.

A FERJ também foi notificada, por ter marcado o jogo para 16h, com a sensação térmica de 62,3º, sendo que as outras partidas da semifinal do Campeonato Carioca ocorreram às 21h (dois Fla-Flus) e 18h30 (Vasco 0x0 Nova Iguaçu). Não houve resposta.

A verdade é que o acesso ao Maracanã com garrafas plásticas de água foi negado em todas as entradas por seguranças contratados pelos coirmãos Fla-Flu e pela PM do governador flamenguista Claudio Castro.

No lado de dentro do estádio, o estoque de copinhos d’água (vendidos a seis reais...) em muitos bares acabou no intervalo para o segundo tempo. Com o risco de insolação fustigando 60 mil torcedores, para muitos a solução era comprar refrigerante ou cerveja.

Filas enormes se formaram diante dos bebedouros e mesmo estes deixaram de funcionar nos setores Norte e Sul: estranhamente, a fonte secou! Vascaínos viam-se obrigados a beber a água sem tratamento adequado nas torneiras dos banheiros.

Ao negar acesso a pessoas com garrafas plásticas d’água, Flamengo e Fluminense deixaram de cumprir a portaria 35, baixada pelo ex-ministro da Justiça, Flavio Dino, e prorrogada por Ricardo Lewandowsky, segundo a qual, além de obrigatória a distribuição (grátis) de água em grandes eventos em que o sol racha o coco, a entrada de garrafas de uso pessoal é livre. 

A portaria foi baixada após a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, no show da norte-americana Taylor Swift, no Engenhão, devido a uma parada cardíaca por exaustão térmica. 

26 de março de 2024


 

COMO UM POLVO, FLA CONTROLA O SISTEMA


Em nome dos interesses do Flamengo se articula uma rede de facilitadores. 
Como um polvo, seus tentáculos repletos de ventosas abraçam a SUDERJ, a FERJ, a CBF – e suas comissões de arbitragem  o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), o Governo do Rio, o Tribunal de Justiça, a ALERJ, o TJD, policiais do BEPE, firmas de marketing esportivo, emissoras de TV etc.

Graças ao Governo federal, o clube dos ricos da zona sul carioca há várias décadas abarrota o cofre com o patrocínio de companhias estatais: Petrobras (LUBRAX) e Caixa Econômica Federal. Hoje, a dinheirama pública vem do Banco de Brasília.

Antes de avançar sobre o Maracanã, usurpando-o de parte da população, o Flamengo fez o dever de casa: loteou a SUDERJ. A ação teve início em 1992, quando Marcio Braga tornou-se presidente da autarquia. Depois, outros cartolas do rival passaram a ocupar o cargo, como Walter Oaquim, Edmundo Santos Silva, Patrícia Amorim e Michel Assef.

Assim como hoje – maltrato aos vascaínos no Maracanã pela dupla Fla-Flu -, os flamenguistas da SUDERJ criaram problemas: Eurico Miranda chegou a registrar queixa na 18ª DP, sobre o desconto de uma taxa. A torcida sofria: em 1993, contra o Botafogo (43.639 pagantes), o acesso teve de ser liberado para evitar confusão e mais de dez mil entraram de graça. Muitos foram embora, pois não havia ingressos e nem bilheteiros. Contra o Fluminense, o quadro móvel foi reduzido, a geral fechou e centenas de vascaínos não puderam entrar.

O fundo do poço o Maracanã conheceu na gestão de Marcio Braga. Na final do Brasileirão de 1992, três torcedores morreram ao cair da arquibancada nas cadeiras. Motivo: as grades de alumínio para contenção tinham os parafusos corroídos pela oxidação e faltavam porcas.

Dispostos a afastar o Vasco, em 2010 os prepostos do Flamengo na SUDERJ aprovam uma portaria que reduz o valor do aluguel para os clubes que mais utilizam o Maracanã – argumento sem lógica, porque os gastos são absolutamente iguais. 

O pulo garantiu a Flamengo e Fluminense - sem estádios adequados, tinham de jogar mais vezes no Maracanã - vantagens financeiras. 

Forçando, de maneira absurda, o Vasco a "carregar o ônus" de ter São Januário.

JUDICIÁRIO

Em 2022, relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostrou intensa movimentação de desembargadores em favor do Flamengo em questões judiciais e comerciais. Penhoras evitadas – enquanto rivais eram penalizados – e pareceres obscuros utilizados em fechamentos de negócios. Vários – inclusive o contrato de gestão do Maracanã – foram encontrados, segundo o insuspeito O Globo, no computador do desembargador Campos Vianna: este, atuaria em casos do clube e de seus rivais.

Existe convívio social entre juízes de futebol, desembargadores, promotores, delegados e dirigentes de certos clubes.

POLÍCIA

Um relato:

Antes da eliminação no Campeonato Carioca de 2023, em março, na derrota para o Flamengo, a torcida do Vasco, do lado externo do Maracanã, é atacada por terroristas da Polícia Militar comandada pelo governador flamenguista Claudio Castro. Um carro com PMs na caçamba, bem armados, de pé e usando tocas ninja para se manterem anônimos, passa devagar na Rua Eurico Rabello forçando a passagem. 

Grande concentração de vascaínos. Clima de festa. Os policiais são vaiados e, por lazer, algumas pessoas resolvem jogar pequenos objetos na viatura. 

A reação é tipo sionistas x palestinos: bombas de gás pimenta na multidão, enquanto um covardão fardado abria fogo com balas de borracha. Vários feridos. Todos eram inocentes. O Mad Max sionista da PM foi filmado, mas continua na estrada.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Em 2019, o Consórcio Maracanã 
 operado pela Odebrecht – foi intimado a se desfazer da gestão do estádio, que, assim, foi repassada ao grupo formado por Lagardère e BWA, e que não estava acordado com o Flamengo. Após muita pressão sobre o governador e ladrão Luiz Pezão (MDB), o golpe aconteceu com a venda cancelada no tapetão do Tribunal de Justiça e a gestão retomada pelo Estado – para, docilmente, repassá-lo aos coirmãos Fla-Flu em nove concessões provisórias sucessivas antes da licitação que agora acontece.

Em 2023, a torcida do Vasco atirou rojões no gramado – sem invasão  e São Januário foi interditado pela Justiça: três meses. Motivo: o preconceito social do juiz de plantão do Juizado dos Torcedores, Marcelo Rubioli, reverberado em outras instâncias. Diz Rubioli que o estádio tem problemas com “disparos de armas de fogo e trafico de drogas na favela próxima, além de torcedores se embriagando em ruas estreitas”. 

O ponto de vista bizarro foi acatado pelo desembargador Fernando Foch. O clube recorreu e obteve nova derrota para os aporofóbicos, que mantiveram os vascaínos longe graças a Carlos Santos de Oliveira e à flamenguista Renata Cotta. O jeito foi recorrer ao STF, em Brasília. Quando estava prestes a fazê-lo, o Ministério Público-RJ ofereceu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Ao mesmo tempo em que o Flamengo e o governador Claudio Castro impediam o Vasco de atuar no Maracanã – só apelando à Justiça  a desembargadora Renata Cotta vetava São Januário até para mulheres, crianças e deficientes físicos. Segundo ela por... bom senso.

OPERAÇÃO SÉTÍMO MANDAMENTO

Na última quinzena de 2023, os sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador e flamenguista Claudio Castro foram quebrados, na Operação Sétimo Mandamento: APURA DESVIOS E FRAUDE EM LICITAÇÕES EM CONTRATOS SOCIAIS ENTRE 2017 E 2020, CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA, LAVAGEM DE DINHEIRO E PECULATO. O irmão dele teve a casa visitada: busca e apreensão. Delatores: Marcus Azevedo da Silva diz que Castro recebeu propina em contratos da prefeitura, como vereador, em 2017. Já Bruno Campos Selem, ex-Servlog, tinha contrato com a Fundação Leão XIII, e disse ao MP que, num encontro, em 2019, Castro, então vice-governador, teria recebido R$ 100 mil em espécie de Flavio Chadud, o dono da Servlog, em um shopping na zona oeste – o encontro estaria registrado por câmeras de segurança.

TCE-RJ

Na véspera da licitação do Maracanã, em outubro de 2022, o Vasco surpreende ao entrar na disputa, através do “Consórcio Maracanã para Todos” - de longe, a melhor proposta. Eis que o conselheiro do TCE-RJ e flamenguista Marcio Pacheco surpreende mais ainda e trava a licitação. Subitamente, itens do edital se tornaram inadmissíveis. A conselheira do TCE e flamenguista Mariana Willeman pediu vista e solicitou a manutenção da tutela provisória para Fla-Flu, rejeitando o pedido do Vasco. Mariana é esposa do ex-vice Jurídico do Flamengo na gestão Bandeira de Mello, Flavio Willeman (hoje, subprocurador do Estado). Num certo dia ela resolveu acolher a proposta do governador e flamenguista Claudio Castro e o processo licitatório teve prosseguimento.

CBF

Por coincidência, o Flamengo é o mais favorecido pelos árbitros e a empresa que os patrocina (desde 2012) – e os bandeirinhas  em jogos da CBF é a SKY – cujo dono\presidente era Luiz Eduardo Baptista, o presidente do Conselho de Administração e ex-vice-presidente de Marketing... do Flamengo! Juízes ganhavam da SKY pela CBF. O contrato entre a SKY e a CBF foi intermediado pela Klefer, do flamenguista Kleber Leite. A mesma operadora de TV, a SKY, patrocinou o rival do Leblon, em 2011\2012 e entre 2013 e 2015.

A CBF foi presidida entre 1989 e 2012 pelo flamenguista Ricardo Teixeira, cujo padrinho (e sogro) era o tricolor João Havelange, ex-presidente da CBD (1958 a 1975) e da FIFA. Ambos são vilões em casos de corrupção.

TELEVISÃO

Acabar com a negociação coletiva lidando pessoalmente com a TV Globo – flamenguista até a medula – foi das maiores conquistas da história do rival. Para chegar lá foi necessário implodir o Clube dos Treze em 2011 e o seu fundador, Eurico Miranda. O Vasco, que recebia a maior cota – juntamente a Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo – caiu para quinto. Hoje, nem isso.

MARKETING

Os “grandes” sempre ganharam cotas iguais no Campeonato Carioca. Até a FERJ acertar com a BRAX – e tudo muda. Em 2024, pelo segundo ano, ela ofereceu ao Flamengo uma proposta mais vantajosa pela transmissão de seus jogos. Todos concordaram, mas o Vasco – com toda a razão – sempre recusa a indecência. Neste ano, fechou com o SBT, com o SporTV e com a Cazé TV, no youtube

Sobre a BRAX – agente ativa pró-Flamengo -, tem como fundador e presidente Bruno Rodrigues (tenta normalizar o anormal), que é filho do radialista e flamenguista histórico Washington Rodrigues, da Rádio Tupi.

23 de março de 2024


BREVE HISTÓRIA DA PRIVATIZAÇÃO

DO MARACANÃ - OS VAMPIROS 


Los Angeles Memorial Coliseum e Estádio Olímpico de Roma estão entre os muitos grandes estádios do planeta administrados por governos. Assim era o Maracanã, de 1950 a 2013, ano em que os vampiros neoliberais, em favor dos coirmãos Fla-Flu e com a ajuda do ex-governador (ladrão) Sérgio Cabral Filho (PMDB), conseguiram privatizá-lo – nome de fantasia: “parceria público-privada”. O Maracanã original, o “maior do mundo”, foi demolido a partir de 2010, e, no lugar dele, surgiu uma arena de porte médio.

O sucateamento das estatais marcou a década de 1990, com políticos inescrupulosos e suas teorias de privatizações. O Maracanã entrou na mira deles. A primeira tentativa foi em 1992, na gestão do ex-governador Marcello Alencar (PSDB). Com a tragédia ocorrida na final do Brasileirão – Flamengo 2x2 Botafogo – para muitos a degradação parecia algo sem solução.

O cartola flamenguista Marcio Braga (PSDB) era o presidente da SUDERJ quando o Maracanã chegou no fundo do poço. Foi na gestão dele que a grade da arquibancada cedeu e dezenas de torcedores ficaram pendurados. Outros caíram nas cadeiras. Três mortos. Isso porque as grades de alumínio estavam sem manutenção, havia parafusos corroídos pela oxidação e faltavam porcas.

A proposta do botafoguense Alencar era derrubá-lo, para que um novo estádio e um shopping center fossem levantados e oferecidos na bandeja à iniciativa privada, seguindo os modelos de higienização\elitização em moda na Europa (na Inglaterra, para conter os hooligans).
 
Esfriou em 1997, devido ao fracasso da candidatura do Rio para sediar os Jogos Olímpicos de 2004.

Após esta primeira tentativa, os vampiros sumiram no breu, nas gestões dos ex-governadores Anthony Garotinho (PDT\PSB) e sua mulher, Rosinha Garotinho (PMDB). Já com o Cabral no poder, voltam sedentos por sangue: Flamengo, Fluminense e CBF – garantia 70% dos jogos da Seleção Brasileira no estádio - unidos pela gestão do templo.

Mas havia um problema: ao contrário da argumentação neoliberal na década de 1990, dessa vez não era possível alegar que o Maracanã devia ser privatizado por estar sucateado, após duas reformas milionárias com dinheiro público. A última, para adaptá-lo aos Jogos Pan-Americanos. 
 
Sergio Cabral esperou por dias melhores (não para o povo), e, logo, chegaram com os mega eventos: entre 2006 e 2007, a FIFA e o COB escolheram o Brasil como a sede da Copa do Mundo de 2014 e o Rio, dos Jogos Olímpicos de 2016. Não custou para ele anunciar a intenção de privatizar o estádio – após a Copa, e a criminosa demolição nem sequer era cogitada...

Em 2012, enfim, é aberta a licitação – dois anos antes do previsto e com a demolição já em andamento. O consórcio formado por Flamengo, Fluminense e CBF desponta como favorito. A hora exata, o dinheiro, a influência, a indulgente omissão da classe política e da sociedade. Pressão da mídia – a FlaPress... Na última hora seria cancelada porque Cabral, ardiloso, vetou clubes e entidades esportivas, seguindo uma recomendação jurídica.

Não demorou a que Regis Fichtner, o secretário da Casa Civil, anunciasse a abertura de um novo processo licitatório, em 2013. Mentiu o canalha: “Não queremos que seja do clube A ou B. Não faz sentido”.

Dois consórcios credenciam-se: o “Maracanã S\A”, das brasileiras IMX, Odebrecht e AEG – a preferida de Cabral e da dupla Fla-Flu, e com vitória assegurada - e o “Complexo Esportivo e Cultural do Rio”, da OAS, da holandesa Stadion Amsterdam e da francesa Lagardère Unlimited.

A oferta vitoriosa foi de R$ 5,5 milhões\ano, em 33 parcelas. Total: R$ 181,5 milhões.

O Consórcio Maracanã S\A (Odebrecht: 90%, IMX Holding S\A: 5% e AEG: 5%) ao restituir aos cofres públicos R$ 5,5 milhões\ano por 33 anos — com isenção nos dois primeiros , totaliza R$ 181,5 milhões, uma fração do R$ 1,2 bilhão gasto na construção da nova “arena”. 

A IMX Holding S/A pertencia ao empresário (ladrão) Eike Batista. Apresentou a Cabral um estudo de viabilidade da “Arena Maracanã”, segundo o qual o lucro do consórcio vitorioso poderia alcançar R$ 1,4 bilhão até 2048 – hoje, um favorecimento imoral aos coirmãos Fla-Flu.

Eike havia doado R$ 750 mil à campanha de Cabral ao governo.

Rodolfo Landim, o presidente do Flamengo, era um amigo e grande executivo nas empresas de Eike Batista. O cartola flamenguista, hoje em dia, responde na 10ª Vara Criminal por gestão fraudulenta de um endinheirado fundo de pensão.    
 
SEM INTERMEDIÁRIO

Em 2017, em meio às denúncias de corrupção da Lava Jato e aos prejuízos financeiros na “Arena Maracanã”, a Odebrecht desistiu do negócio, repassando-o ao Governo do Rio. A relação do Consórcio Maracanã S/A com o Fla-Flu era conflituosa, inclusive em relação a um empréstimo. Enquanto os coirmãos pretendiam administrá-lo sem intermediário, o governador (ladrão) Luiz Pezão (PMDB) descartou a sua reestatização através da SUDERJ.

A roubalheira na construção da “arena” e na privatização da mesma era escancarada. Cabral estava preso. Executivos da Odebrecht também, como os fiscais das contas públicas que não contestaram a licitação de 2013. O STJ determinou a prisão de cinco conselheiros do Tribunal de Contas Estadual (TCE-RJ), por propina, inclusive o presidente, Jonas Lopes – pediu dinheiro para aprovar o edital de concessão do Maracanã.

Até 2019, o TCE-RJ tinha engavetado 21 dos 22 processos de investigação. 

Com o cenário indefinido, o rival investia na chantagem: sem nós, o que será do Maracanã?... Em maio de 2018, o prefeito Marcelo Crivella (REP) autorizou o Flamengo a construir um estádio para 25 mil pessoas, na Gávea. Em setembro, o clube acertou a opção de compra de um terreno no Caju. 

O ano de 2018 começa com o Governo do Rio avaliando lançar um novo edital.

Antes disso, o inesperado aconteceu: em 2019, o Tribunal de Justiça-RJ obriga o Estado a vender o Maracanã – e que caberia ao Consórcio Maracanã S/A  operado pela Odebrecht  decidir com quem iria fechar o negócio e repassar a gestão. Optou pelo grupo formado por Lagardère – derrotada na licitação, fraudulenta, de 2013  e BWA, e que estava em desacordo ao projeto monopolista do Flamengo.

A Lagardère, francesa, nem desconfiou que contrariava o sistema de forma ostensiva.

Imediatamente começou a pressão – implacável – sobre Pezão, exercida pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello (PSB), pela subsecretária municipal do Legado Olímpico, Patrícia Amorim (PMDB) e outros. Tudo isso com a SUDERJ loteada há décadas pelos cartolas do Flamengo e seus prepostos.

As ações, obviamente, resultaram em golpe, com a venda à Lagardère cancelada pelo Governo do Rio. Na verdade, foi a empresa francesa que desistiu, ao se deparar com os inúmeros problemas burocráticos e judiciais criados pelo rival para sabotar a transação. 

A gestão foi retomada pelo Estado em 2019 para organizar uma nova licitação (que só agora, em 2024, acontece).

O ex-governador Wilson Witzel (PSC) e o atual, Claudio Castro, fãs entusiasmados do clube dos ricos da Gávea, sistematicamente, passaram a renovar a concessão precária – semestral – aos coirmãos Fla-Flu.



GESTORES DA ARENA ESNOBAM PORTARIA

Ao negar aos vascaínos o acesso ao Maracanã com garrafas plásticas de água – sensação térmica de 62,3º - Flamengo e Fluminense, os gestores provisórios do estádio, deixaram de seguir a portaria 35, de 24\11\2023 e válida por quatro meses, pela qual, além de obrigatória a distribuição grátis de água em grandes eventos em que o sol racha o coco, a entrada de garrafas de uso pessoal é livre. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou os coirmãos e, também, a FERJ, na última quarta-feira (20\3): quer saber por que no jogo Nova Iguaçu 1x0 Vasco (17\3), 62 mil torcedores foram expostos a riscos à saúde.

Nos bares, o copinho d’agua era seis reais, com o lucro para os coirmãos da zona sul em prejuízo do Nova Iguaçu, o mandante do jogo e que, por contrato, deveria ficar com a bolada.

A portaria 35 foi baixada pelo então ministro da Justiça, Flavio Dino, logo após a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, no show da estadunidense Taylor Swift, no Engenhão - passou mal com as altas temperaturas até sofrer parada cardíaca por exaustão térmica. 

A Senacon remeteu três perguntas aos gestores e aguardou a resposta deles em 48 horas – isso não aconteceu.

1) “Está sendo autorizado que os torcedores (consumidores) entrem no estádio portando garrafas de água para sua própria hidratação?"; 

2) "Estão sendo disponibilizados aos torcedores (consumidores) bebedouros ou distribuição de embalagens com água adequada para consumo, de fácil acesso a todos?"; 

3) "Qual é a razão para que o último jogo da semifinal entre os clubes Vasco da Gama e Nova Iguaçu ter ocorrido às 16h (de Brasília), sendo que as outras partidas aconteceram às 21h (dois jogos entre Flamengo e Fluminense) e 18h30 (primeira partida entre o Vasco da Gama e Nova Iguaçu)?". 

Quarta-feira (20\3) passada, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowsky prorrogou a portaria 35 por quatro meses. Deputados estão negociando no Congresso para transformá-la em lei.