26 de março de 2024


 

COMO UM POLVO, FLA CONTROLA O SISTEMA


Em nome dos interesses do Flamengo se articula uma rede de facilitadores. 
Como um polvo, seus tentáculos repletos de ventosas abraçam a SUDERJ, a FERJ, a CBF – e suas comissões de arbitragem  o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), o Governo do Rio, o Tribunal de Justiça, a ALERJ, o TJD, policiais do BEPE, firmas de marketing esportivo, emissoras de TV etc.

Graças ao Governo federal, o clube dos ricos da zona sul carioca há várias décadas abarrota o cofre com o patrocínio de companhias estatais: Petrobras (LUBRAX) e Caixa Econômica Federal. Hoje, a dinheirama pública vem do Banco de Brasília.

Antes de avançar sobre o Maracanã, usurpando-o de parte da população, o Flamengo fez o dever de casa: loteou a SUDERJ. A ação teve início em 1992, quando Marcio Braga tornou-se presidente da autarquia. Depois, outros cartolas do rival passaram a ocupar o cargo, como Walter Oaquim, Edmundo Santos Silva, Patrícia Amorim e Michel Assef.

Assim como hoje – maltrato aos vascaínos no Maracanã pela dupla Fla-Flu -, os flamenguistas da SUDERJ criaram problemas: Eurico Miranda chegou a registrar queixa na 18ª DP, sobre o desconto de uma taxa. A torcida sofria: em 1993, contra o Botafogo (43.639 pagantes), o acesso teve de ser liberado para evitar confusão e mais de dez mil entraram de graça. Muitos foram embora, pois não havia ingressos e nem bilheteiros. Contra o Fluminense, o quadro móvel foi reduzido, a geral fechou e centenas de vascaínos não puderam entrar.

O fundo do poço o Maracanã conheceu na gestão de Marcio Braga. Na final do Brasileirão de 1992, três torcedores morreram ao cair da arquibancada nas cadeiras. Motivo: as grades de alumínio para contenção tinham os parafusos corroídos pela oxidação e faltavam porcas.

Dispostos a afastar o Vasco, em 2010 os prepostos do Flamengo na SUDERJ aprovam uma portaria que reduz o valor do aluguel para os clubes que mais utilizam o Maracanã – argumento sem lógica, porque os gastos são absolutamente iguais. 

O pulo garantiu a Flamengo e Fluminense - sem estádios adequados, tinham de jogar mais vezes no Maracanã - vantagens financeiras. 

Forçando, de maneira absurda, o Vasco a "carregar o ônus" de ter São Januário.

JUDICIÁRIO

Em 2022, relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostrou intensa movimentação de desembargadores em favor do Flamengo em questões judiciais e comerciais. Penhoras evitadas – enquanto rivais eram penalizados – e pareceres obscuros utilizados em fechamentos de negócios. Vários – inclusive o contrato de gestão do Maracanã – foram encontrados, segundo o insuspeito O Globo, no computador do desembargador Campos Vianna: este, atuaria em casos do clube e de seus rivais.

Existe convívio social entre juízes de futebol, desembargadores, promotores, delegados e dirigentes de certos clubes.

POLÍCIA

Um relato:

Antes da eliminação no Campeonato Carioca de 2023, em março, na derrota para o Flamengo, a torcida do Vasco, do lado externo do Maracanã, é atacada por terroristas da Polícia Militar comandada pelo governador flamenguista Claudio Castro. Um carro com PMs na caçamba, bem armados, de pé e usando tocas ninja para se manterem anônimos, passa devagar na Rua Eurico Rabello forçando a passagem. 

Grande concentração de vascaínos. Clima de festa. Os policiais são vaiados e, por lazer, algumas pessoas resolvem jogar pequenos objetos na viatura. 

A reação é tipo sionistas x palestinos: bombas de gás pimenta na multidão, enquanto um covardão fardado abria fogo com balas de borracha. Vários feridos. Todos eram inocentes. O Mad Max sionista da PM foi filmado, mas continua na estrada.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Em 2019, o Consórcio Maracanã 
 operado pela Odebrecht – foi intimado a se desfazer da gestão do estádio, que, assim, foi repassada ao grupo formado por Lagardère e BWA, e que não estava acordado com o Flamengo. Após muita pressão sobre o governador e ladrão Luiz Pezão (MDB), o golpe aconteceu com a venda cancelada no tapetão do Tribunal de Justiça e a gestão retomada pelo Estado – para, docilmente, repassá-lo aos coirmãos Fla-Flu em nove concessões provisórias sucessivas antes da licitação que agora acontece.

Em 2023, a torcida do Vasco atirou rojões no gramado – sem invasão  e São Januário foi interditado pela Justiça: três meses. Motivo: o preconceito social do juiz de plantão do Juizado dos Torcedores, Marcelo Rubioli, reverberado em outras instâncias. Diz Rubioli que o estádio tem problemas com “disparos de armas de fogo e trafico de drogas na favela próxima, além de torcedores se embriagando em ruas estreitas”. 

O ponto de vista bizarro foi acatado pelo desembargador Fernando Foch. O clube recorreu e obteve nova derrota para os aporofóbicos, que mantiveram os vascaínos longe graças a Carlos Santos de Oliveira e à flamenguista Renata Cotta. O jeito foi recorrer ao STF, em Brasília. Quando estava prestes a fazê-lo, o Ministério Público-RJ ofereceu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Ao mesmo tempo em que o Flamengo e o governador Claudio Castro impediam o Vasco de atuar no Maracanã – só apelando à Justiça  a desembargadora Renata Cotta vetava São Januário até para mulheres, crianças e deficientes físicos. Segundo ela por... bom senso.

OPERAÇÃO SÉTÍMO MANDAMENTO

Na última quinzena de 2023, os sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador e flamenguista Claudio Castro foram quebrados, na Operação Sétimo Mandamento: APURA DESVIOS E FRAUDE EM LICITAÇÕES EM CONTRATOS SOCIAIS ENTRE 2017 E 2020, CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA, LAVAGEM DE DINHEIRO E PECULATO. O irmão dele teve a casa visitada: busca e apreensão. Delatores: Marcus Azevedo da Silva diz que Castro recebeu propina em contratos da prefeitura, como vereador, em 2017. Já Bruno Campos Selem, ex-Servlog, tinha contrato com a Fundação Leão XIII, e disse ao MP que, num encontro, em 2019, Castro, então vice-governador, teria recebido R$ 100 mil em espécie de Flavio Chadud, o dono da Servlog, em um shopping na zona oeste – o encontro estaria registrado por câmeras de segurança.

TCE-RJ

Na véspera da licitação do Maracanã, em outubro de 2022, o Vasco surpreende ao entrar na disputa, através do “Consórcio Maracanã para Todos” - de longe, a melhor proposta. Eis que o conselheiro do TCE-RJ e flamenguista Marcio Pacheco surpreende mais ainda e trava a licitação. Subitamente, itens do edital se tornaram inadmissíveis. A conselheira do TCE e flamenguista Mariana Willeman pediu vista e solicitou a manutenção da tutela provisória para Fla-Flu, rejeitando o pedido do Vasco. Mariana é esposa do ex-vice Jurídico do Flamengo na gestão Bandeira de Mello, Flavio Willeman (hoje, subprocurador do Estado). Num certo dia ela resolveu acolher a proposta do governador e flamenguista Claudio Castro e o processo licitatório teve prosseguimento.

CBF

Por coincidência, o Flamengo é o mais favorecido pelos árbitros e a empresa que os patrocina (desde 2012) – e os bandeirinhas  em jogos da CBF é a SKY – cujo dono\presidente era Luiz Eduardo Baptista, o presidente do Conselho de Administração e ex-vice-presidente de Marketing... do Flamengo! Juízes ganhavam da SKY pela CBF. O contrato entre a SKY e a CBF foi intermediado pela Klefer, do flamenguista Kleber Leite. A mesma operadora de TV, a SKY, patrocinou o rival do Leblon, em 2011\2012 e entre 2013 e 2015.

A CBF foi presidida entre 1989 e 2012 pelo flamenguista Ricardo Teixeira, cujo padrinho (e sogro) era o tricolor João Havelange, ex-presidente da CBD (1958 a 1975) e da FIFA. Ambos são vilões em casos de corrupção.

TELEVISÃO

Acabar com a negociação coletiva lidando pessoalmente com a TV Globo – flamenguista até a medula – foi das maiores conquistas da história do rival. Para chegar lá foi necessário implodir o Clube dos Treze em 2011 e o seu fundador, Eurico Miranda. O Vasco, que recebia a maior cota – juntamente a Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo – caiu para quinto. Hoje, nem isso.

MARKETING

Os “grandes” sempre ganharam cotas iguais no Campeonato Carioca. Até a FERJ acertar com a BRAX – e tudo muda. Em 2024, pelo segundo ano, ela ofereceu ao Flamengo uma proposta mais vantajosa pela transmissão de seus jogos. Todos concordaram, mas o Vasco – com toda a razão – sempre recusa a indecência. Neste ano, fechou com o SBT, com o SporTV e com a Cazé TV, no youtube

Sobre a BRAX – agente ativa pró-Flamengo -, tem como fundador e presidente Bruno Rodrigues (tenta normalizar o anormal), que é filho do radialista e flamenguista histórico Washington Rodrigues, da Rádio Tupi.

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