5 de outubro de 2023


DANILO, O PRÍNCIPE 

O ótimo livro-reportagem “SUA ALTEZA, PRÍNCIPE DANILO PRIMEIRO E ÚNICO”, de André Felipe de Lima, narra a história de Danilo Alvim, ídolo do América, do Vasco e da Seleção Brasileira. Com o Expresso da Vitória, ele colecionou títulos, inclusive o I Campeonato Sul-Americano de Clubes, em 1948, que antecedeu a Libertadores. Titular absoluto na Copa do Mundo de 1950, para quem o viu em ação ele está entre os melhores de todos os tempos. Fora dos gramados, teve uma vida humilde. Casou-se em 1948 com Zelinda, com quem teve um filho. Tornou-se treinador, e dos bons: comandou a Bolívia no título do campeonato sul-americano de 1963 e foi o artífice de um dos grandes times do América, o de 1974. Na década de 1990, a sua saúde começou a deteriorar-se. Os seus últimos dias foram em uma casa de repouso, no Rio Comprido. Morreu em 1996, sem as reverências que sempre o acompanharam quando brilhava nos gramados.


LEITURA INDISPENSÁVEL PARA VASCAÍNOS

À venda no site da Editora Multifoco por R$ 49,90 no link abaixo:  

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4 de outubro de 2023


RUSSINHO - O INIGUALÁVEL ÊXTASE DO GOL  


Excluído pela AMEA, abraçado pelos vascaínos. Uma história de luta dentro e fora dos gramados. A Parte 1 da biografia de Russinho conta a trajetória esportiva do primeiro grande artilheiro do Vasco, um destruidor de recordes. São 230 gols em 253 jogos para o máximo goleador dos Camisas Negras. Muitos títulos e conquistas individuais. 

Mas não só isso.

Na segunda parte do livro, falamos sobre a Propaganda no Esporte atravessando o episódio do Concurso Monroe, eleição que fez de Russinho, em 1930, o maior jogador do Brasil, escolhido com quase 3 milhões de votos.

Na parte 3 do livro, falamos sobre a figura de Russinho como agente político e seu protagonismo na luta pela Profissionalização do Futebol, que o transformou num grande ídolo também fora das canchas.

Tudo isso ilustrado pelo Acervo Moacyr de Siqueira Queiroz, um acervo que foi guardado pela família do ex-jogador, oferecido para ilustrar o livro, doado ao Centro de Memória do Vasco e exposto no Museu do Clube!

São 288 páginas que constroem muito mais que uma biografia. Histórias esquecidas, uma linda trajetória esportiva desvendada, todo o rigor acadêmico pra tratar das questões do chamado Campo Esportivo e mais de 100 imagens exclusivas do Vasco e de Russinho, inéditas aos olhares do nosso tempo!

Uma história que encarna a nobre e distinta tradição vascaína de mostrar que os maiores valores do futebol não estão somente nas batalhas travadas de dentro do campo, mas principalmente nas lutas que escolhemos travar fora dele.


LEITURA INDISPENSÁVEL - À VENDA NO "MERCADO LIVRE": R$ 70. 


O RESGATE DE UM CRAQUE

A biografia Russinho – O inigualável êxtase do gol, do historiador Bruno Pagano, lançado este ano pela Editora Livros de Futebol, reabilita a memória de um grande craque dos primórdios do futebol brasileiro: Moacyr Siqueira Queiroz, o Russinho. Nesta obra, rica em detalhes, o autor destaca a importância do ídolo dos vascaínos no combate ao amadorismo, iniciativa esta que influenciaria os cartolas dos clubes para que, em 1933, instituíssem o regime profissional no futebol brasileiro.

Nascido em 1902 no Rio de Janeiro, Russinho iniciou a carreia em 1920, no Andarahy. Entre 1924 e 1934 defendeu o Vasco, logo se transformando no goleador dos Camisas Negras. Quinto maior artilheiro da história do clube, com 254 gols – 44 em clássicos –, foi campeão carioca em 1924, 1929, 1934 e 1935 (este, pelo Botafogo), do Torneio Início em 1926, 1929, 1930, 1931 e 1932, da Copa Myrurgia (Espanha) em 1931, e campeão brasileiro em 1927, 1928 e 1931 pela Seleção Carioca.

Em 1930, ano em que defendeu a Seleção Brasileira na primeira Copa do Mundo, Russinho foi eleito no voto popular o melhor jogador do Brasil, no "Grande Concurso Nacional Monroe" [veja abaixo]. O craque vascaíno também brilhou na final do Campeonato Carioca de 1929  Vasco 5x0 América (três gols)  e no sapeca de 7x0 no Flamengo (quatro gols), em 1931. 


58.012.980 CIGARROS PARA RUSSINHO


Antes da chegada das multinacionais, o mercado brasileiro de cigarros era abastecido por três empresas – a Grande Manufatura de Fumos e Cigarros Veado*, a Companhia Leite & Alves e a Souza Cruz, única sobrevivente, como subsidiária da British American Tobacco. O bicho silvestre não simbolizava homossexualismo. E coube ao Veado (cujo slogan era “Para chique ou pé-rapado”), em 1930, promover uma pioneira ação de marketing esportivo: o “Grande Concurso Nacional Monroe” para apontar o jogador mais popular do Brasil. Havia diversas urnas – uma delas, na Rua da Assembleia – e a cédula era um maço vazio de alguma marca da empresa (“Monroe” era o mais consumido). Todos concorriam a prêmios de até sete contos de réis. Mais de seis milhões de maços vendidos graças ao concurso, com Russinho sendo eleito por 2.900.649 votos (maços), deixando Fortes, do Flamengo, no cheirinho.

Como prêmio, o artilheiro ganhou um carro – uma “baratinha” da Chrysler –, o que inspirou o vascaíno Noel Rosa a citá-lo na canção “Quem dá mais?”, na qual o compositor brinca com o prêmio luxuoso e a dificuldade do clube para renovar o seu contrato – “(...) o Vasco paga o lote na batata /E, em vez de barata, /oferece ao Russinho uma mulata”...

Numa época em que não existia instituto de pesquisa de opinião pública, um concurso com mais de seis milhões votos – o maior de todos – é, sem dúvida, parâmetro para a avaliação da popularidade dos times de futebol.

* A Grande Manufatura de Fumos e Cigarros Veado, do Rio de Janeiro, é herdeira da Imperial Estabelecimento de Fumo, a primeira fábrica de cigarros do Brasil.

2 de outubro de 2023


DARONCO, O DISTRAÍDO 

Desde sempre o juiz Ânderson Daronco (RS-FIFA) prejudica o Vasco. A chance é de quase 100% e o vascaíno sabe muito bem. O jogo acima é contra o Red Bull Bragantino, pelo Brasileirão-2023.      


VASCO DANÇA COM JUIZ BOMBADO

Num jogo de cartas marcadas, o Vasco perdeu para o Santos por 4x1, na tarde deste domingo (1\10), na Vila Belmiro. Tudo corria bem, o time vascaíno melhor, apertando e com bom toque de bola. Isso até os 9', quando o santista Marcos Leonardo cavou um pênalti em disputa normal com Pumita Rodríguez. O juiz Ânderson Daronco (RS-FIFA) em cima do lance mandou seguir. O narrador da Fla-Press (TV Globo), Everaldo Marques, não viu falta. Porque, realmente, não houve. Eis que o chefe do VAR, Wagner Reway (PB-FIFA), chamou Daronco ao pé do ouvido, e o persuadiu a marcar o pênalti fantasma. Santos 1x0.

A chuva não parava quando Vegetti empatou depois de tabela com Gabriel Pec. Com o Vasco melhor, parecia que a virada era questão de tempo. Daronco, o juiz, marombeiro, que marcara pênalti em um toque suave de Pumita, deixava o pau cantar. Não expulsou Rincón. O clima na Vila Belmiro andava tenso – o Santos na zona de rebaixamento – e suavizou quando fez dois gols relâmpagos no final do primeiro tempo. 

O Vasco piorou na segunda parte. Ânderson Daronco voltou a influenciar aos 8': Soteldo, pensando estar no circo, resolveu se equilibrar sobre a bola, gerando confusão. Dois expulsos, um de cada lado (e um reserva). Soteldo armou tudo, se desculpou e só ganhou um cartão amarelo. Teve tempo, inclusive, de fazer o último gol da tarde.

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Antes do jogo, um comportamento estúpido do Santos F.C.: o sistema de som da Vila Belmiro debochou do fato de o Vasco ter disputado algumas vezes a série B. 


OS CAMISAS NEGRAS NA TELA

Os rivais de hoje – Botafogo, Flamengo, Fluminense – eram racistas e xenófobos: não aceitavam pretos ou pobres como sócios e muito menos permitiam que os representassem nos gramados. O foot-ball era da elite. Isso até 1923, quando o Vasco, um time do Centro da cidade repleto de players pretos, pobres e\ou analfabetos, conquistou o Campeonato Carioca. Um feito tão marcante quanto o negro Jack Johnson nocauteando o branco Tommy Burn, em 1908. Antes, o boxe era segregado. Ou Jesse Owens calando a multidão de nazistas no Estádio Olímpico de Berlim, em 1936.

A saga desse time, os “Camisas Negras”, a mais bela do futebol brasileiro, irá virar longa-metragem, com direção do ator Lázaro Ramos e produção da Amazon Studios, nos cinemas em 2024. O roteiro tem a colaboração do Centro de Memória do Vasco.           

Será uma obra de ficção baseada na vergonhosa perseguição aos "Camisas Negras" já imortalizada na “Resposta Histórica”, o documento de 1924 assinado pelo ex-presidente José Augusto Prestes – marco na luta antirracista no futebol brasileiro.    


VILÕES DE SEMPRE

Um século depois, o Vasco outra vez perseguido pelos rivais da zona sul, impedido de atuar em São Januário e no Maracanã (usurpado, sob o rótulo de “licitação”) ao mesmo tempo. Motivo: os de 1923.

Na derrota para o Goiás por 1x0, em junho, vascaínos atiraram rojões no gramado e a Polícia Militar respondeu disparando bombas de gás pimenta e cacetadas. Nos dias seguintes, o juiz Marcelo Rubioli proibiu jogos em São Januário. Alegação: é cercado por uma favela perigosa a Barreira do Vasco – onde o tráfico de drogas gera insegurança [não é verdade]: “São ruas estreitas (...) sempre lotadas de torcedores se embriagando antes de entrar no estádio”.  

O argumento foi acolhido pelo Ministério Público-RJ, o qual só liberou São Januário três meses depois, graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) aceito pelo clube.    

1 de outubro de 2023

OS CAMISAS NEGRAS - O ponta-direita Paschoal (o sexto, a partir da esquerda), cujo apelido era "Trem de luxo", defendeu o Vasco entre 1922 e 1932. Depois que pendurou as chuteiras, continuou a trabalhar como funcionário do clube até a morte, aos 87 anos, em 1987. Nos seus tempos de jogador os rivais (América, Botafogo, Flamengo, Fluminense), elitistas, se recusavam a enfrentar analfabetos e isso era um problema para os players vascaínos. Paschoal, inclusive, teve de trocar em cartório o sobrenome, "Cinelli" para "Silva", de caligrafia mais fácil para o filho de italianos. 


BUD SPENCER E TERENCE HILL na torcida do Vasco durante a final do Campeonato Brasileiro de 1984, na gravação da ótima comédia Eu, Você, Ele e os Outros. Fonte: blog Memória do Torcedor Vascaíno.