9 de maio de 2024

CUIDADO COM O VENENO DA FLAPRESS

Com o propósito de desqualificar o ‘Consórcio Maracanã Para Todos’, o site globoesporte.com lançou, na tarde desta quinta-feira (9-5), uma fake News. Manchete: Proposta de Vasco e WTorre pela licitação do Maracanã previa até 10 shows por ano e venda de naming right. O antídoto contra o veneno está no oitavo parágrafo: a previsão é de DOIS shows e 75 jogos nos primeiros CINCO anos de contrato, ou seja, até o final de 2029.

EXATAMENTE DOIS SHOWS aconteceram em 2023 na gestão provisória dos coirmãos Fla-Flu, que, assim, puderam encher os seus cofres graças a Paul McCartney e Ivete Sangalo. Os clubes da zona sul defendem, com toda razão, que o excesso de espetáculos musicais pode causar danos no gramado.

O ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ propõe DEZ shows só a partir de 2030 – isso, considerando a redução do número de jogos de 75 para 40 - no caso de Flamengo e Fluminense – por razões, hoje, inexistentes - desistirem de usar o estádio - porque o contrato diz que o futebol é prioritário.

O agente da FlaPress tem o disparate de cravar uma “média” (sic) de oito shows por temporada, entre 2024 e 2044 ao preço de R$ 1 milhão cada um, sem variação alguma em vinte anos. Para contar vantagem em nome dos queridinhos do sistema, ressalta que a previsão do ‘Consórcio Fla-Flu’ é de um único show a cada ano.

A reportagem tentou encontrar na proposta do ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ alguma referência à possível implantação da amaldiçoada grama sintética e nada. O jeito foi o contorcionismo: o gramado, diz o texto, irá receber um “preparo” para encarar os shows... da próxima década.

A comissão de licitação da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro, cujos membros – QUEM SÃO? - foram indicados pelo flamenguista e governador Claudio Castro, rasgou o edital bolado por eles próprios ao vetar Santos e Brusque no consórcio que reúne WTorre e Vasco.

Para a FlaPress, isso é pura bobagem.

Sobre a paridade entre as “propostas financeiras” – a do ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ foi de R$ 20.000.777,28\ano e a do ‘Consórcio Fla-Flu’, de R$ 20.060.874,12\ano -, o globoesporte.com não desconfia de vazamento de informação. Aposta que foi só coincidência. Coisas do destino...

A licitação, fraudulenta, será resolvida na Justiça.


FRAUDE NO MARACANÃ: OS CANALHAS (I)

Ao fazer o cidadão – especialmente os vascaínos – de palhaço – por crer em uma licitação de cartas marcadas – o Governo do Rio de Janeiro anunciou, na última quarta-feira (8\5) a vitória do ‘Consórcio Fla-Flu’, para administrar o Maracanã até 2044. Com tantos indícios de fraude – adiamentos, vazamentos, conchavos, coincidências etc. - o ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ deve ir à Justiça para reverter a decisão em seu favor.

Representantes do Vasco e da empresa WTorre no Palácio Guanabara, em nome do consórcio derrotado (de véspera), não aceitaram o desfecho e fizeram constar o protesto em ata.  

Questionado sobre a disponibilidade do Maracanã para outros clubes, o vice-presidente Jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abrantes, expressou, com a sua fala, o perfil dos que planejam usurpar o estádio público:

“Deve haver intervalos de ao menos 48 horas e o ideal são 72 horas entre os jogos. Questões que continuarão debatidas, de boa fé (1). Flamengo e Fluminense não vão impedir ninguém de jogar no Maracanã (2), mas tem que ser de forma que preserve o gramado (3), o interesse da população (4) e o do torcedor (5)”.

1. “Boa fé” não há. O Vasco procurou mais de uma vez os rivais em busca de negociações por uma gestão compartilhada e foi repudiado. O propósito é sabotar – isso a partir de 1923 – o clube da zona norte, de perfil mais popular.

2. Desde 2019 os coirmãos administram (provisoriamente) o Maracanã. Neste período, quase todos os jogos do Vasco no estádio só aconteceram porque o clube buscou seus direitos na Justiça.  

3. Flamengo e Fluminense disputam a cada ano 60 jogos e os cartolas desses clubes culpam os cinco ou seis jogos do Vasco por danos no gramado...

4. Ao citar “população”, ele se refere aos adeptos dos clubes que carregam no passado a mancha suja do racismo – Fla e Flu.  

5. Não para o torcedor vascaíno, há anos sendo maltratado em um estádio público. Caso o resultado da licitação seja mesmo confirmado na Justiça, a sina continua.

SOCO NA MESA

Em 2019, o Flamengo gastou mais de R$ 250 milhões no seu futebol – recorde – mas se negou a pagar indenizações justas às famílias dos dez jovens que, vítimas de um incêndio por negligência, morreram na concentração do clube, o Ninho do Urubu. Esta ação de extrema avareza teve um mentor: Dunshee, o vice jurídico.

“O Flamengo não barganha com a vida dos meninos”, bradavam os cartolas nos dias seguintes à tragédia (8\2).

Segundo a defensora pública Cíntia Guedes, o Flamengo pretendia resolver a questão pagando um valor fixo às família. O documento estava pronto, bastavam as assinaturas quando o clube recuou. O presidente Rodolfo Landim coçou a testa: “O que a gente não pode é pagar um valor estratosférico que iria afetar tremendamente”...

Uma nova reunião no Ministério Público-RJ foi marcada para acertar os valores. Para a mãe de Arthur Vinícius, Marilia Barros, tal encontro foi mais triste do que o próprio enterro do filho.

Os parentes esperavam Rodolfo Landim – até imaginaram que lhes pediria desculpas -, mas ele tinha mais o que fazer. Dunshee surgiu repentinamente e sem proposta alguma: “Não fico mais de 15 minutos”.

Foi quando Cristiano Esmério, o pai do falecido Christian, socou a mesa.

Mães passaram a chorar no corredor. Então Dunshee virou as costas e foi embora com a sua turma, enterrando de vez a negociação coletiva. Sobre quem é o responsável pelas mortes: “Eu não me sinto”.  

A maioria das famílias foi vencida pelo sofrimento e pelo cansaço, ao aceitar – meses depois - a barganha que Dunshee tinha largado sobre a mesa.

+ Oito pessoas respondem na Justiça por dez homicídios culposos e três crimes de lesão corporal. Por enquanto, a culpa é do raio.   

8 de maio de 2024



VASCO x FLA-FLU: QUESTÃO DE BERÇO

A origem dos clubes – na virada entre o século XIX e o século XX - que disputam a licitação do Maracanã (até 2044) explica a posição de cada um: a proposta do ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ – do Vasco e da WTorre – é includente, popular; a do ‘Consórcio Fla-Flu’ elitizada, por contemplar os coirmãos da zona sul e só. Os vascaínos, desde 2013 – quando o estádio passou a ser gerido pelos rivais, na época, em parceria com a Odebrecht – são covardemente discriminados.

Querem separar a população em dois grupos.

Um com cidadania plena – os rubro-negros e tricolores - pode frequentar o Maracanã - o palco mais simbólico do futebol. O outro, o da torcida do Vasco – mais popular e muito superior em tamanho à torcida do Fluminense – é condenado a ser visitante em sua própria casa porque os usurpadores não tratam o estádio como bem público.

IDENTIDADES

O Flamengo é fundado a 17 de novembro de 1985. Logo, troca a “fundação oficial” para 15 de novembro, junto ao feriado da Proclamação da República. As cores mudam, em 1896, de azul e ouro – tecidos difíceis de encontrar - para preto e vermelho. O Vasco sempre foi de 21 de agosto de 1898. Na bandeira, o preto representa os mares nunca antes navegados, o fim do mundo e as mortes no caminho. A faixa branca é a rota do navegador, e a cruz a fé do povo português (o Flu imita o Fla: surge, em 1902, cinza e branco, e só depois adota o tricolor).

FUNDAÇÃO

Em 1895 numa reunião de jovens da burguesia – estudavam e se divertiam – no Largo do Machado, nasce o C.R. Flamengo, tendo como garagem um casarão na Praia do Russel, 22 (Praia do Flamengo), área nobre, vizinho ao Palácio do Catete, a residência do presidente da República. Um dos motivos é que, em 1894, o C.R. Botafogo tinha sido fundado e seus remadores cortejavam as moças do bairro Flamengo. Já o Vasco surge em 1898, em um sobrado alugado na Rua da Saúde, 127 (Gamboa), fundado por portugueses e descendentes, alguns donos de pequenos comércios e a grande maioria de assalariados em lojas no Centro, zona norte e subúrbios.

REALIDADES

Remadores do Flamengo viviam da mesada dos pais e, às vezes, usavam o píer da presidência da República para lançar os seus barcos na Baía de Guanabara. Já o primeiro presidente do Vasco renunciou em 1899, levando quase todos os barcos para fundar o C.R. Guanabara, em Botafogo.  

Enquanto nos clubes dos ricos da zona sul não era admissível o convívio com pobres, no Vasco, eles formavam a maioria. A elite também mantinha forte rejeição aos portugueses. Esses clubes faziam questão de se apresentarem como os que “reuniam os filhos das melhores famílias”, e cobravam altas mensalidades. O Vasco, não. Daí os associados terem recusado a transferência da sede para Botafogo, preferindo se reinventar na região portuária. 

VASCO: ORIGEM

Nei Lopes: “O Vasco nasceu no lugar e no momento em que se gestava o melhor da cultura carioca, com sua música, sua dança e sua religiosidade. Morava perto Hilário Jovino, o fundador do rancho carnavalesco, célula-mãe das escolas de samba; os pais de santo João Alabá e Cipriano Abedé, a partir dos quais se estabeleceram no Rio os candomblés da Bahia; Tia Perciliana, mãe de João da Baiana, um dos pais da MPB. (...) a convivência entre europeus e descendentes de africanos naquela região se deu sem maiores conflitos. Vem-nos daí a ideia de que por isso que a Cruz-de-malta pulsou e pulsa no peito de tantos sambistas, e a relação é enorme”.

FLA: ORIGEM

O jornalista João do Rio, em 1916, escreveu a respeito da representatividade social do rival: “Fazer sport há vinte anos ainda era uma extravagância. (...) Rapaz sem um pince-nez, sem discutir literatura dos outros, sem cursar as academias era um estragado. E o Club de Regatas do Flamengo foi o núcleo de onde irradiou a avassaladora paixão pelos sports”.

FLU: ORIGEM

O Fluminense inaugura o foot-ball no Rio de Janeiro em 1902, dando ao esporte um perfil elitizado. O fundador e primeiro presidente foi Oscar Cox, filho de diplomata inglês, mas quem forjou a identidade tricolor foi o milionário Arnaldo Guinle, o presidente de 1916 a 1931 e de 1941 a 1943. Também presidiu a CBD de 1916 a 1920 e a AMEA em toda sua existência, entre 1924 e 1933. A Família Guinle lucrava com o Porto de Santos - era a dona do terreno do clube, do vizinho Palácio Guanabara e muito mais.

PIONEIRISMO

A partir dos clubes de remo nascem todos os outros. O pioneiro é o Grupo dos Mareantes, de 1851. A prefeitura do Distrito Federal, em 1905, inaugurou um pavilhão de ferro na Enseada de Botafogo, na recém-construída Avenida Beira-Mar. Apogeu: inglês como o foot-ball e acessível ao povo e à elite.

BOTA-ABAIXO

A multimilionária Família Guinle se beneficiou da Reforma Passos adquirindo terrenos antes ocupados por cortiços e casebres no Centro da cidade, conta Darcy Ribeiro. Revolta popular. Um projeto de cidade perverso era gestado. A nova zona sul recebe as melhorias que beneficiarão moradores dos palacetes de Laranjeiras, Flamengo e Botafogo. À população pobre, restaram os bairros da zona norte e subúrbios. Os clubes náuticos, como o Vasco, são despejados, e suas praias desaparecem aterradas: do Russel, da Ajuda, de Santa Luzia, de Dom Manuel, do Peixe, da Prainha, da Gamboa etc.

CARTOLA

O Vasco é o único dos “grandes” do Rio de Janeiro que já teve um presidente preto: Cândido José de Araújo, o Candinho, em 1904, antes da implantação do futebol, e 16 anos após a Abolição da Escravatura. O Fluminense – e o coirmão, o Flamengo – jamais tiveram. 

UNIDOS PARA SEMPRE

Por não praticarem os mesmos esportes, até 1911 havia sócios de ambos os clubes (Fla-Flu). Em 1902, flamenguistas - inclusive o seu presidente - assinaram a ata de fundação do Fluminense, na Rua Marquês de Abrantes, bairro Flamengo. De 1905 a 1906, tiveram o mesmo presidente: o inglês Francis Henry Walter. O Flu repassou ao Fla o terreno do Morro da Viúva, em 1935. O futebol rubro-negro nasceu na Rua Paysandu, terreno da família Guinle, tricolor. Ou seja, flamenguistas ajudaram a fundar o rival e tricolores criaram o futebol do Flamengo, capitaneados pelo traidor Alberto Borgerth, remador do Fla e player do Flu.

DEMOLIÇÕES

O Flamengo tinha sede e garagem num casarão em área nobre (hoje, Praia do Flamengo, 66) e sempre obteve favores públicos. O Vasco passou sufoco até a inauguração de São Januário, em 1927. A sede pioneira era um barracão na Ilha das Moças, na Gamboa. As primeiras sumiram: Ilha das Moças, aterrada; as do Largo da Imperatriz e Travessa Maia, demolidas na construção do Palácio Monroe. Por fim – com o estádio já de pé - a da Rua Santa Luzia caiu em 1942.

BACANAS

Sobre as condições de mobilidade urbana em 1917, João do Rio explicou: “A gente de Botafogo tem só de se dar com a gente de Botafogo [Laranjeiras\Flamengo] e a gente do subúrbio com a gente do subúrbio. As estações de trem da Central do Brasil têm contexto amplo, constatou Olavo Bilac, em A Notícia: “Cada uma tem o seu teatro, o seu parque, o seu cinematógrafo e o seu club”.

TORCIDA RIVAL: TEORIAS FAKE

A torcida do Flamengo cresceu com a FlaPress, com o profissionalismo em meados da década de 1930, pela visão de marketing do seu presidente Bastos Padilha. Antes, não. Há teorias sobre a origem da popularidade que camuflam o DNA elitizado. Ruy Castro: o rival já nasceu popular e a rivalidade com o Vasco – “time dos portugueses” – no remo a alavancou. Ocorre que o rubro-negro não tinha apelo popular e nem tampouco rivalidade com o Vasco no remo, dada a imensa superioridade dos vascaínos. Outra teoria delirante é da FlaPress, baseada em Mario Filho: os treinos na Rua Paysandu – área nobre - eram franqueados e os players corriam nas ruas... Ora, a torcida era a fina flor da sociedade, segundo A Gazeta de Notícias etc.

RACISMO INTIMIDA

Caso emblemático é o de Carlos Alberto, que em 1914 trocou o América pelo Fluminense (as maiores torcidas): num jogo em Campos Sales, ele passou tanto pó de arroz que ficou quase cinza. Da geral, os rubros o acusaram de fazê-lo para embranquecer a pele. Zombavam: “Pó de arroz! Pó de arroz!”. A acusação alastrou-se como insulto até virar, muito depois, motivo de orgulho dos tricolores, que reagiam chamando os americanos de “pó de mico” e os vascaínos na década seguinte de “pó da pérsia” (vermífugo). Carlos Alberto logo foi mandado embora: justa causa. Mario Filho: “O Fluminense (...) queria ser mais do que os outros, mais chique, mais elegante, mais aristocrático. O pó-de-arroz pegou feito visgo”.

TIME DOS MÉDICOS

Dos onze titulares do Flamengo em 1914, nove estudavam Medicina, um Direito e outro não estudava nada, mas era rico, do contrário não teria sido aceito no Fluminense e nem estaria em meio aos atletas rubro-negros. O futebol refletia a ordem social. Daí ser inconcebível a um pobre, semianalfabeto, competir esportivamente – ou mesmo conviver - com um futuro doutor.

ESPÍRITO DO TEMPO

Em 1916, um artigo na revista Sport retrata o sentimento dos rivais do Vasco, nas primeiras décadas do século XX: “(...) Frequentamos uma academia, temos uma posição na sociedade, fazemos a barba no Salão Naval, jantamos no Rotisserie, visitamos as conferências literárias, vamos ao Five O’clock; mas quando nós resolvemos a praticar esporte às vezes somos obrigados a jogar com um operário, limador, mecânico, chofer e profissões que absolutamente não estão em relação ao meio onde vivemos. Nesse caso a prática torna-se um suplício, um sacrifício, mas nunca uma diversão”.

LEI HOUR CONCOURS

Até meados da década de 1910, o futebol era aos sábados para não competir com as regatas. Na era dourada, de 1989 a 1914, dos 17 campeonatos os clubes do Centro levaram vantagem, com cinco títulos do Vasco (1905/06/12/13/14), quatro do Natação e Regatas (1902/07/10/11), dois do Boqueirão (1901/03) e um do Internacional (1909). O Gragoatá, de Niterói, ganhou quatro (1898/00/04/08) e o Botafogo, da zona sul, um, em 1899.

Na impossibilidade de serem campeões de remo, em 1915 Flamengo, Botafogo e Guanabara aprovam, na FBSR, uma das leis mais antiesportivas do mundo, a “Lei Hour Concours”, segundo a qual são excluídos da prova que decide o campeonato (yole-8) quaisquer remadores com dois ou mais títulos. Só afetou os vitoriosos, particularmente o Vasco, tricampeão.

GENTE FINA

No futebol, o Vasco estreou na terceira divisão da LMSA (futura LMDT, LCF e, atualmente, é a FERJ) e só chegou à primeira divisão em 1923. Diferente do Flamengo, que estreou no futebol - quatro anos antes, em 1912 - na mesma LMSA, diretamente na primeira divisão - graças à intervenção do poderoso (na época) coirmão Fluminense.


IMAGEM - berço do Fluminense

7 de maio de 2024


MARACANÃ: UMA TRAPAÇA ANUNCIADA 

Passado para trás pelo governador e flamenguista Claudio Castro e seus comparsas, o Vasco – em nome do ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ – ingressou no Tribunal de Justiça-RJ, nesta terça-feira (7\5) à noite, com um mandado de segurança pela impugnação da licitação, cujo fim estaria previsto para quarta-feira (8\5), HOJE, em uma cerimônia no Palácio Guanabara: a encenação do repasse da gestão – e dos lucros – por vinte anos a Flamengo e Fluminense, os amiguinhos da zona sul.

Como parte do golpe, a comissão de licitação da Casa Civil – indicada por Claudio Castro – até acatou uma parte das solicitações contidas no pedido de impugnação que o ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ fizera em abril, aumentando em quatro pontos a sua nota – de 81 para 85 - na “proposta técnica”, o que, de forma alguma, mudaria o resultado, pois o ‘Consórcio Fla-Flu’ obteve inalcançáveis 116 pontos neste quesito.

O ‘Consórcio RNGD’ – encabeçado pela Arena 360, gestora do Estádio Mané Garrincha, em Brasília – e a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) também pediram a impugnação, sendo ignorados pelos comissários.

O advogado Rodolpho Heck Ramazzini, da ABCF, explicou:

“O processo está 100% viciado e direcionado de maneira muito clara a um dos concorrentes, o ‘Consórcio Fla-Flu’, em detrimento da isonomia de tratamento e da lisura (...). Se tais vícios não forem sanados, iremos às últimas instâncias, seja na Justiça Comum, ou em tribunais superiores para que o interesse público seja atendido e a moralidade esteja presente na concessão desse patrimônio do futebol mundial”.  

LAMBUJA

Os quatro pontos que aumentaram a nota para 85 - como se houvesse boa vontade dos indicados por Claudio Castro - não se relacionam a Santos e Brusque, cujas presenças na proposta do ‘Consórcio Maracanã para Todos’ esses mesmos comissários rejeitaram.

Caso a participação de Santos e Brusque seja acolhida – como prega a lei - a proposta do ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ terá a sua nota acrescida de trinta pontos – de 85 para 115. Neste caso, considerando a diferença de um ponto apenas (116 x 115) na "proposta técnica" (60%), ganharia a concorrência porque a “proposta financeira” (40%) é muito superior à do ‘Consórcio Fla-Flu’.

O edital é burlado quando há uma única proposta viável – a dos favorecidos de sempre.

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO NO CERTAME – 8.1 - Poderão participar da licitação pessoas jurídicas nacionais ou estrangeiras, isoladamente ou reunidas em consócio, cuja natureza e objeto sejam compatíveis com sua participação na licitação.

Era impossível incluir jogos de Flamengo e Fluminense - o que seria natural, afinal a proposta do ‘Consórcio Maracanã para Todos’ é o estádio aberto a qualquer um, com isonomia, sem discriminação (ao Vasco) e sem os privilégios que, desde 2013 – fortalecidos em 2019 - favorecem os gestores provisórios (Fla-Flu).