FRAUDE NO MARACANÃ: OS CANALHAS (I)
Ao fazer o cidadão – especialmente os vascaínos – de palhaço – por crer em uma licitação de cartas marcadas – o Governo do Rio de Janeiro anunciou, na última quarta-feira (8\5) a vitória do ‘Consórcio Fla-Flu’, para administrar o Maracanã até 2044. Com tantos indícios de fraude – adiamentos, vazamentos, conchavos, coincidências etc. - o ‘Consórcio Maracanã Para Todos’ deve ir à Justiça para reverter a decisão em seu favor.
Representantes do Vasco e da empresa WTorre no Palácio Guanabara, em nome do consórcio derrotado (de véspera), não aceitaram o desfecho e fizeram constar o protesto em ata.
Questionado sobre a disponibilidade do Maracanã para outros clubes, o vice-presidente Jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abrantes, expressou, com a sua fala, o perfil dos que planejam usurpar o estádio público:
“Deve haver intervalos de ao menos 48 horas e o ideal são 72 horas entre os jogos. Questões que continuarão debatidas, de boa fé (1). Flamengo e Fluminense não vão impedir ninguém de jogar no Maracanã (2), mas tem que ser de forma que preserve o gramado (3), o interesse da população (4) e o do torcedor (5)”.
1. “Boa fé” não há. O Vasco procurou mais de uma vez os rivais em busca de negociações por uma gestão compartilhada e foi repudiado. O propósito é sabotar – isso a partir de 1923 – o clube da zona norte, de perfil mais popular.
2. Desde 2019 os coirmãos administram (provisoriamente) o Maracanã. Neste período, quase todos os jogos do Vasco no estádio só aconteceram porque o clube buscou seus direitos na Justiça.
3. Flamengo e Fluminense disputam a cada ano 60 jogos e os cartolas desses clubes culpam os cinco ou seis jogos do Vasco por danos no gramado...
4. Ao citar “população”, ele se refere aos adeptos dos clubes que carregam no passado a mancha suja do racismo – Fla e Flu.
5. Não para o torcedor vascaíno, há anos sendo maltratado em um estádio público. Caso o resultado da licitação seja mesmo confirmado na Justiça, a sina continua.
SOCO NA MESA
Em 2019, o Flamengo gastou mais de R$ 250 milhões no seu futebol – recorde – mas se negou a pagar indenizações justas às famílias dos dez jovens que, vítimas de um incêndio por negligência, morreram na concentração do clube, o Ninho do Urubu. Esta ação de extrema avareza teve um mentor: Dunshee, o vice jurídico.
“O Flamengo não barganha com a vida dos meninos”, bradavam os cartolas nos dias seguintes à tragédia (8\2).
Segundo a defensora pública Cíntia Guedes, o Flamengo pretendia resolver a questão pagando um valor fixo às família. O documento estava pronto, bastavam as assinaturas quando o clube recuou. O presidente Rodolfo Landim coçou a testa: “O que a gente não pode é pagar um valor estratosférico que iria afetar tremendamente”...
Uma nova
reunião no Ministério Público-RJ foi marcada para acertar os valores. Para a mãe
de Arthur Vinícius, Marilia Barros, tal encontro foi mais triste do que o próprio
enterro do filho.
Os parentes
esperavam Rodolfo Landim – até imaginaram que lhes pediria desculpas -, mas ele
tinha mais o que fazer. Dunshee surgiu repentinamente e sem proposta alguma: “Não
fico mais de 15 minutos”.
Foi quando
Cristiano Esmério, o pai do falecido Christian, socou a mesa.
Mães passaram
a chorar no corredor. Então Dunshee virou as costas e foi embora com a sua turma,
enterrando de vez a negociação coletiva. Sobre quem é o responsável pelas
mortes: “Eu não me sinto”.
A maioria
das famílias foi vencida pelo sofrimento e pelo cansaço, ao aceitar – meses depois
- a barganha que Dunshee tinha largado sobre a mesa.
+ Oito pessoas respondem na Justiça por dez homicídios
culposos e três crimes de lesão corporal. Por enquanto, a culpa é do raio.
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